Mortal Kombat: Os defensores do reino

Este foi esquecido literalmente...

Parece que os filmes baseados em games realmente são ruins e por isso são odiados por todos vocês, mas de uma forma que apenas nossos cérebros viciados em esculhambar qualquer coisa, que são capazes de lembrar desses filmes o motivo.

Mortal Kombat ganhou dois filmes e diz-se por aí que um terceiro está a caminho, e mesmo que os produtores se esforçem muito, não vejo a menor possibilidade de dar certo dessa vez. Bem, até que o novo filme saia, se sair, vamos ter de ficar apenas imaginando como vai ser. Mas enquanto isso vamos relembrar um pouco do passado sórdido de Mortal Kombat, um passado que alguém sabiamente resolveu esconder debaixo do tapete…

Quando falamos em Mortal Kombat, a primeira coisa que deverá vir a sua mente é aquele jogo visceral com assassinatos ao fim da luta, e se você tiver bom gosto, certamente terá se lembrado do 2º game.

Liu Kang bate um lero com Jax.

Mas se você fizer mais uma forçinha lembrar-se-à dos filmes baseados no game, sendo o primeiro muito bom e a Aniquilação sofrível… Se você fizer mais força (cuidado para não defecar) irá lembrar-se do seriado chamado MK: Conquest (que de fato era muito bom, mas não deu frutos). Mas agora se você for mega-viciado em Mortal Kombat certamente irá recordar da imperdível turnê “Mortal Kombat Live Tour”, que nada mais era que uma maneira bem safada de sugar mais dinheiro dos fãs da série. Havia ainda Mortal Kombat: The Journey Begins que era uma prequel do primeiro filme.

Caveira? Nada disso, Scorpion é normal.

O fato é que por mais que você seja fanático pela série, conhece a história de cabo-a-rabo (e isso merece aplausos, pois ninguém lê a história do jogo), por mais que você saiba todos os fatalies, brutalities e babalities de cabeça, nunca, jamais irá se lembrar da série animada “Mortal Kombat: Defenders of the Realm” (conhecida no Brasil como Mortal Kombat: defensores do reino). E existe uma razão muito icônica para que você não se lembre (se você se lembrou dele logo de primeira, parabéns pois você é um anti-social de primeira) desse desenho: era ruim pra cacete!

Sub-Zero também faz parte do grupo.

Criado em algum momento de 1996 o desenho começava já mal, os traços remetiam aos antigos desenhos da Hannah Barbera, uma coisa como Corrida Maluca, sendo que dois anos antes Dragon Ball ZT já havia estreiado com traços bem legais. Na trama os defensores da Terra são liderados por Raiden e sua missão logicamente era combater as forças de Shao Kahn. O problema é que não havia apenas Kahn e seu exército a serem batidos, pois também haviam guerreiros de outros lugares (sabe-se Deus onde) que aproveitavam o enfraquecimento das defesas da terra para invadí-la.

Nosso planeta era representado por Liu Kang, Sonya, Jax, Kitana, Raiden, Nightwolf, Stryker e Sub-Zero. Todos seguindo o estilo de Mortal Kombat 3 e Ultimate: MK 3, com exceção de Kitana que está mais parecida com a versão de MK2 e o vilão Quan Chi que nem estava presente na série até MK 4 (o que nos faz pensar que a série foi outro jeito sacana de promover um novo game da série). O real problema da série era como os fatos se desenrolavam…

Os heróis vovam com naves em forma de dragão!? E foi daqui que o Kaiba tirou a idéia de seu jato-dragão-branco...

Veja bem, os guerreiros da Terra ficavam numa base toda modernosa (cuidado CIA), onde esperavam tranquilamente a abertura de um portal. No caso Raiden e Nightwolf ficavam monitorando os portais para ver se um deles era aberto. E quando isto acontecia o que estivesse mais desocupado ia até o jato (em forma de dragão!?) até o local onde o portal se abrira para descer a surra no folgado que surgisse. Jatos em forma de dragões? Base secreta? O índio Nightwolf lidando com computadores de ponta? Dissemos que o Baraka era chamado de Karbrac?

Apesar da aparência, não é o Baraka...

Mas a série tinha seus pontos altos, como o fato de fazer uma (pequena) ligação entre o primneiro e o segundo filme e do segundo para o terceiro game, explicando da onde surge aquela esfera verde que Shang Tsung tanto exibe em MK3 e da onde vem a rixa entre Sheeva e Motaro, só faltou ter incluído Johnny Cage entre essa ligação. O fato é que a série começa a ganhar qualidade no ÚLTIMO episódio, sim isso mesmo. Tirando o último episódio, os outros são todos belas maneiras de se mostrar como não se fazer um desenho baseado em videogame. Traços ruins, histórias péssimas e combates que nada lembram Mortal Kombat, adicionado a situações absurdas e (no caso do Brasil) uma dublagem porca (a voz do Reptile é horrível) arruinaram um desenho que poderia ter ido mais adiante.

Os traços eram bem simples.

Devido aos problemas da série e a baixa audiência conquistada só foram produzidos treze episódios, o que dá uma temporada inteira sem continuação. No Brasil ninguém se interessou pela série, sendo relegada a rede Record de televisão na época em que ninguém dava dez centavos pela emissora. Felizmente nós brasileiros somos privilegiados (ou não) e recebemos um lançamento em DVD do desenho, onde se encontra eu não sei. Mas caso você queira assistir a esta série nada essencial a sua coleção de MK pode baixá-la bem aqui.